quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Imprevistos (Daniela Costa)




Fico pensando sobre o quanto somos suscetíveis aos acontecimentos aleatórios e imprevistos. E será que estamos preparados para vivenciá-los?
Você acorda pela manhã, realiza suas atividades habituais como desligar aquele despertador chato que insiste em continuar tocando; escovar os dentes e vestir uma roupa que nem sempre estará com todas as peças combinando. Isto quando você não insiste em dormir mais cinco minutinhos e acaba perdendo a hora. Outras vezes, você até consegue tomar um café da manhã decente e não perde, pela quarta vez na semana, o horário do ônibus. Bom, neste estágio você pelo menos já conseguiu sair de casa, o que, cá pra nós, dependendo do dia já é uma vitória. É, mas a felicidade dura pouco. A essa altura, você já está imaginando se vai ter que ficar, mais uma vez, pelo menos uns quarenta e cinco minutos de pé. Porque ,é óbvio, que neste horário o ônibus vai passar lotado. Talvez você nem consiga entrar, mas mesmo assim, mantém o bom humor. Afinal, isto já faz parte da sua rotina.
Uma vez que você entrou no ônibus, sua atenção está voltada em como superar o obstáculo de ultrapassar a roleta, e encontrar um “confortável” espaço para se “escorar”, de preferência, longe de oportunistas que tentam “tirar uma casquinha”.
Se estiver carregando mochila, pasta ou bolsa, trate logo de mostrar o quanto se sente incomodado, e torça para que um raro cavalheiro se disponha a levá-la. Caso isto não ocorra, e acredite, geralmente não acontece, você terá que utilizar algumas táticas de “especialistas em ônibus lotado”.
Sendo que, demonstrar-se incomodada não funcionou, apele para outras alternativas. Comece a roçar a mochila no braço do sujeito. Caso o método não seja suficiente, você muito discretamente e com aquele ar de quem não quer nada, esbarra com o objeto na região peitoral, mais especificamente acima do pescoço, “quase no nariz” do indivíduo. Então espera-se que ocorram três coisas: A primeira é o “sem desconfiômetro” ser vencido pelo cansaço, e implorar para levar sua mochila. A segunda é ele ficar tão incomodado, que até se retira do banco , o que no caso seria a melhor opção. E a terceira, não tão boa assim, seria ele armar um barraco e surgir aquele imprevisto de última hora, que mencionei no início. E aí, o que fazer neste momento? O que fazer em situações em que não possuímos o controle? Somos capazes de dominar nossos instintos? Você é capaz de dominar a si mesmo?