sexta-feira, 8 de maio de 2009

Indiferença (Daniela Costa)


Quando caí em mim mesma, e me enxerguei por inteira,
senti que uma dor profunda dilacerava o meu coração,
pois percebi todas as minhas falhas e fraquezas.
Constatei que, na ânsia de controlar o mundo,
não conseguia dominar nem a mim a mesma.
Minha alma se contorceu, se quebrou, e se desfez, pouco a pouco...
em meio a tantas angústias, e a tantas frustrações!
Descobri que para conquistar o mundo, teria primeiro que conquistar e respeitar a mim mesma.
Percebi também, que não era usando uma couraça de arrogância e agressividade,
que iria conseguir o respeito, e principalmente, o carinho das pessoas.
Quando eu imaginava que seguia em frente,
verifiquei que caminhava para trás, em um retrocesso constante...
e em plena decadência!
Meus conceitos, minhas exigências, minha imprudência, minha intolerância...
Não me permitiam ver o mal que tenho feito aos outros, e a mim mesma.
Quantas palavras mal ditas, quantos corações magoados.
Quantas pedras atiradas em alvos inocentes.
Quanta ignorância, ao pensar que aos berros, conquistaria a atenção de alguém.
O que consegui, foram apenas olhares de reprovação, daqueles que não tiveram a oportunidade nem mesmo de me orientar.
Quanto tempo desperdiçado, e quantas pessoas deixadas para trás,
perdidas na névoa do passado, em meio aos meus atos impensados!
E quanta tristeza senti, ao observar que minha colheita não poderia ser próspera, pois havia plantado...

Apenas indiferença!